quarta-feira, 14 de março de 2012

Absolutely Sweet Marie.

Não deixe ele escapar, não deixe ele escapar.
Já fazia quase 3 anos que o namoro passava por águas escuras, mas nenhum dos dois queria acabar. Se esforçavam, forçavam. Não o amor, mas a convivencia.
Era duro, se ver tanto, mas se falar tão pouco; Parecia casal surdo e mudo, ela pensava sem realmente pensar.
Falavam por horas, se davam muito bem, se gostavam, se entendiam, se respeitavam. Se amavam. Mas desde o começo o medo perseguia, por ruas, esquinas escuras, amizades diferentes, horários que não se batiam, ciúmes, raiva, rancor.
Ela olhava pra ele e esquecia disso tudo, cinco minutos e, quem disse que o melhor amigo dele é assim tão insuportável? Queria casar, ter filho, construir família. Ser a mãe dos filhos dele. Afinal, aquela menina que anda com os meninos nem coloca tanto risco assim.
Tinha medo do que poderia acontecer nos próximos capitulos, era apavorada com a ideia de não o ter na vida. Não sabia mais o que era respirar sem o cheiro dele. Não queria, não podia, não devia.
Por favor, não me deixe. Ela pedia.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Virada.

Manhã do dia 31 de dezembro. A cozinha ferve com os preparos para a última ceia, a cozinheira recheia o peru, enquanto a faxineira limpa a casa e a dona anda de um lado para o outro reclamando em quanto ainda tem que fazer. 'Arrumar essa zona que meus filhos deixaram, pegar a roupa na lavanderia, cabelo, maquiagem... Só descanço próximo ano'. Manhã e tarde atarefadas para a festa. 'É só uma data diferente no calendario, não precisa de tanta frescura' dizia o dono da casa 'Não é frescura, é tradição' replicava sua esposa.
22hs, os convidados chegam. Só a famíla. Tios, primos, irmãos. Uma senhora surge do corredor escuro, com um vestido branco, com cara de velho. Passou a tarde inteira reparando, lavando, engomando. Senta numa cadeira em frente a janela.
23hs, 23:30... 5,4,3,2,1!
Após os fogos, sem falar com ninguém, ela se levanta e vai embora, vai dormir.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

It takes a train to cry

Te esperei até as 4 da manhã, te esperei em ruas escuras e esquisitas, tu de qualquer jeito, qualquer gosto ou música tema. Um amor que nunca começou. Sentimento e tempo perdido. Mais de 3 toneladas de lixo são jogados fora por dia, engraçado que é assim que eu me vejo, é assim que eu vejo o sentimento que eu senti por ti. Desperdício, inútil, lixo. Dizem que não é bem assim, que todo sentimento é válido, quer dizer que você tá vivo. Vai achar a pessoa certa na hora certa, também dizem. O problema é que eu não quero o cara certo na hora certa.
Quero você.
Agora.
O quanto dure. Muito ou pouco.
Ser tua primeira e única opção.
Te esperei até 4 da manhã, e tu só chegou de 5:30.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Don't bring me down.

Tanto problema, tanta coisa no mundo, na minha vida, e eu só enxergo uma coisa. Você. Não que me faça bem, tire minha cabeça dos problemas ou me dê a certeza de que tudo vai ficar bem. Mas você me faz ter a certeza de que nada pode piorar, que não importa o quanto as pessoas tentem me machucar, foi você que mais machucou. Não quero te ver, passar na rua que tu mora, ir nos lugares que tu vai. Mas não é como se eu tivesse opção né? Você apareceu e se implantou em todos os aspectos da minha vida, cada arte, cada lugar, cada situação, cheiro, sentimento.
Será que algum dia isso acaba? Será que algum dia vai ser possivel voltar a sentir tudo o que um dia, eu senti?

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Espinhos.

-Então Ana Paula, eu estou achando essa juventude muito transviada, só pensam em balada, sexo, drogas...nada de janta, filho e marido. Dia desses a Alice tava reclamando porque não tinha roupa que coubesse. Mas é óbvio que não haveria, deixou sua cintura crescer uns 5cm, não vou nem falar da coxa!
-Ah minha filha, e a Elizabethe, que inventou de deixar o cabelo crecer? Mas, mandei tirar logo essas ideias da cabeça, que filha minha não é hippie! Imagina só que escandalo.
-Pois é, querida, jájá estarão querendo usar calças! Pense num escandalo! Eu nem peço mais que virem dona-de-casa, porque as duas que eu criei, nem parece que vem do meu ventre, são duas loucas por liberdade. Aonde já se viu? Querer trabalhar e deixar casa, marido e filho pra depois?
-Aqui em casa só sai se casar, e tenho dito! Nada de conversinha de morar fora, de ter tanta liberdade...não quero filha minha falada! Não faz bem pro nome da família, da pra imaginar um absurdo do Sr. meu marido Hernandes, ser chamado a atenção por causa de uma dessas libertinas? Nada disso!
-No nosso tempo que se tinha uma vida certa, obedecia pai, mãe e Deus.
-Aonde foi que nós erramos?
-Não foi a gente, foi o tempo que passou, as ideias que surgiram e a TV que colocou esse monte de coisa na cabeça dessas crianças.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Por você.

O que tu quer? Que eu viaje todo dia 520 mil km pra te encontrar? Que eu largue meu emprego, minha vida toda aqui, pra ficar do teu lado? Quer que eu pague pra tu largar tua vida toda aí? Porque eu faço o que tu quiser, escolhe aí, o lugar que a gente vai viver. Mas vamos ficar juntos, por favor. Largo meus sonhos, nem sequer acabo esse filme que eu to fazendo, eu largo o jornal e vou ficar do teu lado.
Porque é assim, ou eu te tenho ou eu te tenho. Vida sem você não tem mais sentido, graça, cor. Desisto de te fazer entender minhas opiniões, meus gostos, agora é tudo sobre tu, sobre o que tu quer.
Me diz, diz aí, que eu faço sem pensar duas vezes.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Desolation Row.

Sinto sua falta, sinto sua falta quando eu não te vejo por um dia, quando não te vejo por uma hora e mesmo quando você está ao meu lado. Sinto a falta de ter você pra mim, mesmo que não exista nada pra sentir falta.
Queria poder te abraçar, conhecer tua sala, de saber o que se passa na tua cabeça quando eu apareço, de saber teu cheiro decorado, e a fala favorita do filme preferido.
Te quero do meu lado quando acordar e quando desmoronar. Que tenha uma música que te lembre de mim, e que seja uma grande parte do teu dia me encontrar. Talvez planos, sonhos ou só o momento. Talvez seja pra vida, ou por um tempo. Te quero. Quero que tu me queira.