sábado, 10 de dezembro de 2011

Virada.

Manhã do dia 31 de dezembro. A cozinha ferve com os preparos para a última ceia, a cozinheira recheia o peru, enquanto a faxineira limpa a casa e a dona anda de um lado para o outro reclamando em quanto ainda tem que fazer. 'Arrumar essa zona que meus filhos deixaram, pegar a roupa na lavanderia, cabelo, maquiagem... Só descanço próximo ano'. Manhã e tarde atarefadas para a festa. 'É só uma data diferente no calendario, não precisa de tanta frescura' dizia o dono da casa 'Não é frescura, é tradição' replicava sua esposa.
22hs, os convidados chegam. Só a famíla. Tios, primos, irmãos. Uma senhora surge do corredor escuro, com um vestido branco, com cara de velho. Passou a tarde inteira reparando, lavando, engomando. Senta numa cadeira em frente a janela.
23hs, 23:30... 5,4,3,2,1!
Após os fogos, sem falar com ninguém, ela se levanta e vai embora, vai dormir.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

It takes a train to cry

Te esperei até as 4 da manhã, te esperei em ruas escuras e esquisitas, tu de qualquer jeito, qualquer gosto ou música tema. Um amor que nunca começou. Sentimento e tempo perdido. Mais de 3 toneladas de lixo são jogados fora por dia, engraçado que é assim que eu me vejo, é assim que eu vejo o sentimento que eu senti por ti. Desperdício, inútil, lixo. Dizem que não é bem assim, que todo sentimento é válido, quer dizer que você tá vivo. Vai achar a pessoa certa na hora certa, também dizem. O problema é que eu não quero o cara certo na hora certa.
Quero você.
Agora.
O quanto dure. Muito ou pouco.
Ser tua primeira e única opção.
Te esperei até 4 da manhã, e tu só chegou de 5:30.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Don't bring me down.

Tanto problema, tanta coisa no mundo, na minha vida, e eu só enxergo uma coisa. Você. Não que me faça bem, tire minha cabeça dos problemas ou me dê a certeza de que tudo vai ficar bem. Mas você me faz ter a certeza de que nada pode piorar, que não importa o quanto as pessoas tentem me machucar, foi você que mais machucou. Não quero te ver, passar na rua que tu mora, ir nos lugares que tu vai. Mas não é como se eu tivesse opção né? Você apareceu e se implantou em todos os aspectos da minha vida, cada arte, cada lugar, cada situação, cheiro, sentimento.
Será que algum dia isso acaba? Será que algum dia vai ser possivel voltar a sentir tudo o que um dia, eu senti?

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Espinhos.

-Então Ana Paula, eu estou achando essa juventude muito transviada, só pensam em balada, sexo, drogas...nada de janta, filho e marido. Dia desses a Alice tava reclamando porque não tinha roupa que coubesse. Mas é óbvio que não haveria, deixou sua cintura crescer uns 5cm, não vou nem falar da coxa!
-Ah minha filha, e a Elizabethe, que inventou de deixar o cabelo crecer? Mas, mandei tirar logo essas ideias da cabeça, que filha minha não é hippie! Imagina só que escandalo.
-Pois é, querida, jájá estarão querendo usar calças! Pense num escandalo! Eu nem peço mais que virem dona-de-casa, porque as duas que eu criei, nem parece que vem do meu ventre, são duas loucas por liberdade. Aonde já se viu? Querer trabalhar e deixar casa, marido e filho pra depois?
-Aqui em casa só sai se casar, e tenho dito! Nada de conversinha de morar fora, de ter tanta liberdade...não quero filha minha falada! Não faz bem pro nome da família, da pra imaginar um absurdo do Sr. meu marido Hernandes, ser chamado a atenção por causa de uma dessas libertinas? Nada disso!
-No nosso tempo que se tinha uma vida certa, obedecia pai, mãe e Deus.
-Aonde foi que nós erramos?
-Não foi a gente, foi o tempo que passou, as ideias que surgiram e a TV que colocou esse monte de coisa na cabeça dessas crianças.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Por você.

O que tu quer? Que eu viaje todo dia 520 mil km pra te encontrar? Que eu largue meu emprego, minha vida toda aqui, pra ficar do teu lado? Quer que eu pague pra tu largar tua vida toda aí? Porque eu faço o que tu quiser, escolhe aí, o lugar que a gente vai viver. Mas vamos ficar juntos, por favor. Largo meus sonhos, nem sequer acabo esse filme que eu to fazendo, eu largo o jornal e vou ficar do teu lado.
Porque é assim, ou eu te tenho ou eu te tenho. Vida sem você não tem mais sentido, graça, cor. Desisto de te fazer entender minhas opiniões, meus gostos, agora é tudo sobre tu, sobre o que tu quer.
Me diz, diz aí, que eu faço sem pensar duas vezes.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Desolation Row.

Sinto sua falta, sinto sua falta quando eu não te vejo por um dia, quando não te vejo por uma hora e mesmo quando você está ao meu lado. Sinto a falta de ter você pra mim, mesmo que não exista nada pra sentir falta.
Queria poder te abraçar, conhecer tua sala, de saber o que se passa na tua cabeça quando eu apareço, de saber teu cheiro decorado, e a fala favorita do filme preferido.
Te quero do meu lado quando acordar e quando desmoronar. Que tenha uma música que te lembre de mim, e que seja uma grande parte do teu dia me encontrar. Talvez planos, sonhos ou só o momento. Talvez seja pra vida, ou por um tempo. Te quero. Quero que tu me queira.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

#1

As cenas são centenarias, as cenas são centenarias. Não pode pensar, se apaixonar, se envolver. TIra este cara da tua cabeça e foca em outra coisa. Que coisa? Qualquer coisa. Tá vendo que ele não te quer? Que tu não passa de nada mais que uma qualquer? Aliás, menos que isso. Nada de imaginar como teria sido, parte pra outra, menina. Mesmo que as cenas sejam centenarias, que tudo se encaixem, que as estrelas se alinhem, o gosto seja parecido ou o timing seja perfeito. Não faça isso. Você sabe aonde isso vai acabar né? Aonde sempre acaba. Você com seu coração despedaçado e eu tendo que ouvir isso.
Mas ele não é a perfeição encarnada ou o cara dos meus sonhos. Ele é só...real. É diferente.

sábado, 21 de maio de 2011

Scars

Não é pra esperar que ninguém lembre da gente, que mandem cartão de natal ou chamem pros feriados. A gente tá indo embora, ir embora significa sair da vida deles pra construir uma vida nossa. Eu quero que tu pense nisso bem, porque não quero que venha depois cheia de arrependimento pra cima de mim. Nós vamos pra não voltar, nem venha me implorar daqui há uns anos tá ouvindo? EU? É claro que eu quero ir, é o que eu mais quero. Ir embora dessa cidade de bosta, pra longe desse povo babaca que não sabe respeitar os outros. Mas o mais importante é ficar contigo. Nem pense que eles vão se importar, porque eles não se importam! E é assim que a gente tem que agir. Só pense em nós. Eu e você.
Não espere que alguém se importe.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Because you're mine, I walk the line.

Não foi a música, não foi a história, não foram as luzes.
Mas do meu lado, estava um casal de velhinhos.
Um casal.
"How much did they payed you to be here?"
Lindo, lindos.
Era um musical sobre o "Million Dollar Quartet". Johnny, Elvis, Jerry, Carl.
Deve ser da época do casal, fiquei pensando neles como dois jovens dançando e cantando com o quarteto de um milhão de dolares. Olhei para o lado, e vi que eles estavam com as mãos dadas e cantando a música que tocava na hora.
Imagina só se fosse eu.
Queria que fosse eu.
Ladys and gentlemen, Elvis Presley is out of this building.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Because the night,

Eram duas da tarde. Um cara na calçada fumando seu cigarro, uma senhora andando apressada pela rua. Uma garota andando com seu cachorro, enquanto um cara fala no celular. Tudo certo, tudo ok, tudo do jeito que deveria ser sempre.
A calma rápida e agitada de uma cidade que nunca dorme. Esses sapatos vagabundos, querem ficar. Esperam ficar. Precisam ficar.
Pertencer. Pertenço. Aqui.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Mas

Olha só, você por aqui.
Faz tempo não? Andou sumida. Por onde caminhavas?
Mas que droga! Aonde tu tava? Ora merda.

Andei pensando. Tava pensando. Na vida, no rumo dela. É muita vida ainda sabia? Muita coisa pra fazer, algumas pra não fazer. Tanta coisa que pode acontecer e eu aqui, tendo que esperar que aconteça. Esse é meu maior problema com a vida.
E sobre o que pensei, não importa mais. Importa mesmo o final, a resposta.
Talvez eu vá, talvez eu volte, talvez fique.
Falar sober arte, sobre cinema, sobre vida. Sobre nada.
To repetindo muito as palavras, to escrevendo em muitas linhas. Tá patético. Poético. Forçado.

Não ficou bom, não vou continuar. Vou publicar.